terça-feira, 26 de agosto de 2014

Flintgreens...

...OU ECOSTONES 2.0

Quem leu o post Olá Mundo! deste blog viu que o principal motivo da criação do mesmo foi o sumiço de um texto devido o site em que ele estava locado ter saído do ar (e eu não ter uma copia). Pois bem, nada me restou a fazer senão reescrevê-lo (pelo bem da verdade eu poderia ter deixado pra lá também), mas, já que vai ficar diferente mesmo, resolvi fazer muitas alterações. De cara, o nome... mas, para quem leu o antigo, eu deixei ele como subtitulo e com o 2.0 para não acusarem de plagiar eu mesmo. No mais acrescentei algumas referencias mais atuais. Espero que fique diferente para melhor!

INTRODUÇÃO

Flintstones. Meet the Flintstones.
They're the modern stone age family

Temade abertura dos Flintstones

Você com certeza conhece os Flintstones! Caso não conheça pode dar uma olhada no verbete deles na wikipedia e, quem sabe, até procurar uns episódios nos confins da internet aí para conhecer. Enfim, os Flintstones é um desenho animado criado pela produtora Hanna-Barbera nos anos 60 que conta a história de uma família de classe média, aos moldes das famílias de classe média estadunidenses dos anos 50-60, só que na idade da pedra (na verdade não tem muito a ver com a idade da pedra). Obviamente se tratava de uma sátira, e os produtores foram muito criativos ao adaptarem as tecnologias dos anos 60 para o contexto do ambiente. Nele, cortadores de grama, trituradores, escavadeiras, etc eram feitos com dinossauros (na idade da pedra?? pois é...), além de carros feito com troncos, bola de boliche de coco e etc.

Os Flintsones no tronco-movel. Fonte:


Algumas dessas adaptações tecnológicas eram hilárias, mas, como diz a velha máxima, a vida e imita a arte e hoje nós podemos encontrar algo muito parecido com esse desenho.

MEET THE FLINTGREENS...

Não basta mudar a energia que faz as engrenagens girarem... são elas que precisam ser repensadas

Humberto Gessinger – Até quando o motor aguenta?



Eis então, em pleno século XXI, aparece os Flintgreens. Assim como os Flintstones, eles possuem os mesmos hábitos das famílias “comuns”, a mesma veia consumista e padrão de vida, mas com uma tecnologia adaptada. Ao invés de um carro comum eles possuem um carro elétrico, ao invés de comprarem verduras convencionais compram orgânicos, ao invés de um celular com capa de plástico possuem um com capa de bambu... e por aí vai.

Esse termo é uma junção do nome Flintstones com o termo greenwashing (que se diz quando uma empresa atribui a seu produto características sustentáveis quando, na verdade, a cadeia de seu produto é tão insustentável quanto os produtos convencionais – leia um pouco mais aqui). O Flintgreen é o principal consumidor dos greenwashers, isso porque ele acredita na terceirização da resolução dos problemas. Ele não quer abrir mão do padrão de consumo então ele passa a acreditar que apenas com uma mudança de insumo os problemas irão se resolver. Ele acha que trocar a gasolina pela eletricidade resolve o problema do carro, mas não vê o quanto de recursos naturais são gastos para a fabricação de um carro, inclusive derivados do petróleo e, dependendo de onde ele morar, que a fonte de energia elétrica é esta atrelada a diversas danos ambientais e sociais, afora os outros tantos problemas relacionados ao uso de carros pessoais. Ele também compra orgânico, mas compra em um supermercado, de grandes marcas, sem conhecer as condições de procedência e confia num selo o qual ele possivelmente nuca leu as condições de tirá-lo. E, mais feio ainda, compra uma capinha de bambu pro celular sabe-se la por qual motivo (quando é por estética tudo bem... o problema é ver isso ser justificado como um produto “sustentável”).

Vou citar um exemplo, um pouco antigo, mas grotesco, que pode ser visto aqui, onde o politico em questão resolveu utilizar materiais poluentes ao ambiente para dar cor verde aos fogos de artifício para demonstrar a preocupação do governo com o ambiente. Fez sentido?

TERCEIRIZAÇÃO DA RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS E A DESINFORMAÇÃO

Tudo certo, parceria, que palavras lindas
Mas ainda tem uma coisa que eu não entendi
Qual é, afinal, o peixe que tu tá vendendo?

Alexandre Kumpinski – Por trás

Muitos dos problemas que enfrentamos hoje é oriundo da terceirização da resolução dos problemas. Não que delegar funções a quem for mais competente seja um problema, mas o desinteresse sobre como aquilo será resolvido, que gera a desinformação, da base para estes problemas ocorram. A sociedade diz “não quero saber como você vai fazer isso, mas faça bem longe de mim!”. E só toma conhecimento quando a má gestão da coisa leva a um outro problema, que leva a um outro problema... e acaba retornado pra pessoa. Eu sou velho suficiente pra ter visto a entrada da garrafa PET no mercado brasileiro (ao menos no interior) e lembro que nós, crianças da época, pensávamos “legal, mas o que vai fazer com esse monte de garrafa depois?”, já os adultos pensavam “não quero saber, contanto que façam bem longe daqui!”.

Por fim, para uma maior reflexão sobre a desinformação, vou deixar aqui um vídeo que foi viralizado pouco antes da publicação deste post onde a consultora de marketing Kate Cooper faz a revelação da realidade para uma plateia dos problemas que eles delegaram para outros resolverem e fazem questão de não saber como andam sendo resolvidos.

domingo, 24 de agosto de 2014

Olá Mundo!

Não faço ideia como chegou aqui, mas seja bem vind@ ao blog! 

Este é mais um blog sobre divagações, como tantos outros por aí, escrito em primeira pessoa e sem um assunto definido. A verdade que há algum tempo eu escrevo textos, como os que pretendo publicar por este meio, que tento publicar em veículos diferentes (por algum motivo me atraia a ideia de ter um conteúdo descentralizado). O problema é que, além disso diminuir bastante a produção (se não vinculo a ideia a um veiculo ela fica na minha cabeça e eu nunca a escrevo), o inevitável acabou por ocorrer... procurei um destes textos que eu não tenho cópia (até tinha, mas computadores possuem seus caprichos) e descobri que o site havia se extinguido. Foi o estímulo que faltava para achar este veículo que, como eu espero, resolva este problema e acabe inevitavelmente trazendo outros. 

Por fim, espero que realmente o conteúdo venha a ser do interesse de alguém! 

 SOBRE O CONTEÚDO, O NOME E MAIS... 

Conforme foi dito, não existe um assunto definido, o que me permite escrever sobre qualquer coisa, porém, a minha monotonia possivelmente não vai permitir uma gama tão grande assim assuntos. Em comum terão o fato de serem escritos em primeira pessoa e em uma linguagem bastante informal. O fato é que eu treinei muito para escrever artigos científicos (não fiquei muito bom, mas ganhei muitos elogios) e, pensando fora do senso comum, cheguei a conclusão de que esta é uma linguagem que cumpre muito mal o seu papel. Acaba por ficar desagradável (motivo pelo qual as publicações de divulgação científicas optam por uma linguagem mais jornalística), cheia de vícios (expressões, quase obrigatórias, que dizem pouco ou tem seu significado deturpado), além dos, hoje poucos mas ainda existentes, que acham que tamanho é qualidade. Uma ressalva, estou me referindo apenas aos artigos em português, mas, quem sabe, em outra ocasião venha falar dos artigos em inglês. A linguagem que procurarei usar aqui será mais agradável? Na verdade não sei, vou fazer a experiencia, mas, na pior das hipóteses será desagradável de uma forma diferente. E por falar em diferente... 

Extra archa é, até onde eu consegui chegar, o mais próximo em latim da expressão 'fora da caixa'. Esta expressão, do inglês out of box, embora tenha se originado de uma dinâmica muito simples, possuí uma filosofia muito rica e permite varias analogias, e significa pensar diferente do senso comum, buscar novas maneiras de se fazer as coisas. Esta então é a segunda coisa que eu espero que os posts tenham em comum... estarem fora do senso comum. 

SOBRE ARCAS, CAIXAS E ETC... 

Em diversas culturas a figura da arca, e posteriormente a caixa, sempre foi tratada como um dispositivo de controle. Há o que existe dentro e o que que existe fora. Na mitologia grega temos o exemplo da Pandora, que, por curiosidade, abriu uma arca que guardava todos os males do mundo (por sinal, a falta escrúpulo, que permite um indivíduo abrir por curiosidade algo que não lhe pertence, não era um dos males ali aprisionado). Noé construiu uma arca (e eu nunca vi outro lugar utilizar este termo para uma embarcação, logo concluo que deva ter o mesmo sentido) para salvar os que estivessem dentro. O que está dentro da arca, ou caixa, está sob controle. Uma dessas analogias que, ao meu ver, tem tudo a ver com o objetivo do blog está na música little boxes de Pete Seeger. Vou até deixá-la aqui na incrível versão do Walk off the Earth, que, além de ter ficado muito bonita está embalada nesse clipe muito bem feito. 

É este então o complemento que faltava... se a caixa é o controle fora da caixa está tudo o que ainda não foi controlado, é exatamente o ambiente onde este blog pretende estar. 

PS - Não tem nada a ver, mas arca também é um gênero de animais. 

SOBRE OS ERROS DE PORTUGUÊS 

Apesar de estar a mais de vinte anos estudando o português eu não consigo escrever duas linhas sem ter algum erro (e não é por falta interesse, e sim de capacidade mesmo), e chegou um momento que cansou. Hoje sou bastante relapso quanto a isso.